Você viu aquele mano na porta do bar?
Vinte quatro de outubro de dois mil e vinte cinco, três horas da tarde. Havia acabado de almoçar com um amigo no Itaim. Mesmo com o caos de sexta-feira, milagrosamente consegui chegar rápido nas Perdizes para buscar minha filha na escola. Na verdade, cheguei cedo demais. Ainda faltavam 40 minutos para que tocasse o sinal do fim das atividades extracurriculares.
Consegui uma boa vaga na rua, bem na esquina, há poucos metros do portão. Do outro lado, um bar com mesas livres na calçada piscou pra mim.
Tradicionalmente, os pais que conseguem “sextar” mais cedo costumam almoçar ali antes da busca. Nesse dia não tinha ninguém, o bar estava praticamente vazio, apenas umas quatro pessoas terminavam de comer. Trinta graus, um calor como há muito não se via na capital.
Você que me lê, demonstre sua empatia ao encarar a matemática com a cabeça do quarentão aqui: vaga boa na rua + calor + sexta-feira + 30 minutos livres + mesa na calçada vazia.
Você talvez não… mas eu sim, sucumbi.
Sentei, pedi aquela gelada e mandei a foto abaixo num grupo do zap propondo “um brinde pros guerreiro zé povinho eu lamento.”

Segui mexendo no celular, sentado enquanto tomava o terceiro gole de uma estúpida e merecida heineken. Não ouvi o barulho da moto.
Demorei uma fração de segundo para entender que o celular foi puxado da minha mão. O motoqueiro acelerou descendo a rua na contramão. Levantei!
Em vão, corri atrás até metade do quarteirão gritando como num gibi antigo: – PEGA LADRÃO! Por outra fração de segundo vislumbrei que poderia alcançá-lo ou que alguém, ao ouvir meu apelo, pudesse pará-lo antes de dobrar a outra esquina.
Claro que não.
Depois, em casa, refleti que, mesmo se eu o alcançasse, não saberia o que fazer. Entraria numa luta? Daria uma voadora no capacete? Encaixaria um mata leão?
Fica a questão filosófica de bar: minha vida vale tanto quanto um iphone 15 pro?
Sejamos Racionais, tenho sorte e privilégio para afirmar que não.
O ruim dessas situações é encostar a cabeça no travesseiro e ficar remoendo o “e se”. “E se” eu tivesse alcançado? “E se” eu não sentasse ali? “E se” ele não estivesse sozinho? “E se” ele estivesse armado? “E se”… “E se” é a oficina do diabo.
Mais um pra estatística. Mais um BO na delegacia virtual. Mais uma NF para VIVO pelo novo iphone que comprei. Mais um, mais um, mais um… Os ratos giram a roda mais uma vez.
Você viu aquele mano na porta do bar?
Era eu e era ele.
NO AR: INTELIGÊNCIA ORGÂNICA
Reflexões sobre tecnologia, pensamento crítico e o que nos torna humanos.
EP.54 – Constelação Familiar: Indo Além do Racional Para Entender e Curar Traumas Transgeracionais | Andrea Felício
Constelação Familiar. Você já ouviu falar. Talvez com desconfiança, rotulando como “pseudociência”. Mas e se houvesse algo mais — uma chave para compreender padrões familiares e emoções que a lógica pura não alcança?
Recebo Andrea Felício (@deiafelicio), uma mente que saiu de Wall Street e dos cargos C-Level para mergulhar no universo terapêutico das Constelações Familiares.
Falamos sobre o analfabetismo emocional da nossa época, os segredos invisíveis que herdamos e o desafio de dizer “sim” à vida.
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EP.55 – O Futuro da Educação com Inteligência Artificial: É o Fim dos Professores? | Ces Michelin
A promessa da IA de personalizar o aprendizado significa o fim da escola como a conhecemos?
Recebo Ces Michelin (@cesmichelin), especialista em aprendizagem e design de experiências, para falar sobre o papel do educador na era da automação, o risco do “brain rot” e o poder das comunidades de aprendizagem.
Uma conversa sobre o que ainda faz sentido ensinar — e o que precisamos desaprender.
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Convite Especial – Alma Talks | Summit Cultural 2025
O Alma Talks chega a São Paulo em uma edição especial que reunirá grandes vozes da comunicação, da escrita, da psicanálise e da educação.
Serão três painéis de palestras de 40 minutos — um grande encontro pensado para quem busca conteúdo de qualidade, troca de ideias e reflexões sobre os temas que moldam o mundo em que vivemos.
Pedro Mota Cortella (@pedrocortella) apresenta:
“Se é Pixel, Não é Real – O Humano em Tempos de Inteligência Artificial”
Vivemos numa era em que tudo pode ser simulado: amor, empatia, conhecimento, presença. Em um mundo moldado por redes, métricas e inteligências artificiais cada vez mais convincentes, Pedro convida o público a refletir sobre os limites entre o real e o representado, entre a persona e a presença, entre o algoritmo e a alma.
06 de novembro
São Paulo – Teatro das Artes, Shopping Eldorado
Abertura dos portões: 19h
Início das palestras: 20h
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